Acaba mais um dia e você adormece no ônibus.
É noite, luzes aleatórias nas janelas dos prédios a sua volta, poucos postes iluminando a área. Carros ainda buzinam e passam rapidamente por você, todos querendo chegar rapidamente em casa. Ao longe, vê uma certa movimentação. Na verdade, a falta de movimentação. Os carros param de acordo com o passar dela. Ela não se importa com os carros. Ao levantar da mão, os carros param em sua presença e vão desligando seus faróis de acordo com o passar. As janelas dos prédios são olhos e todos abrem seus olhos ligando suas luzes, apenas para vê-la melhor. Chegam a virar suas estruturas, estalam, rangem, fazem sons ensurdecedores, mas não caem. Toda aquela poluição que existia no ar some pois sua presença refresca todo o local por mais poluído que seja. Os postes de iluminação fazem reverências para o passar dela e se apagam. Por mais que ela se aproxime, você não vê seu rosto, apenas a silhueta já meio apagada por causa da falta de luzes. As luzes se apagam totalmente e você perde tudo de vista. Sente um toque gélido em seu rosto e uma voz em sua orelha dizendo: Espere um pouco mais.
Ao mesmo tempo, você sabe o que fazer e não faz ideia do que fazer.